terça-feira, 30 de março de 2010

Em defesa da alegria de ser Flamengo




FOTO: (Embaixadas FLA-Juazeiro, FLA-Bahia e FLA-Irecê no centro do Rio antes do jogo do Hexa)


Em defesa da alegria de ser Flamengo, busco traduzir nesse instante o que representa essa alegria entre um intervalo e outro de um jogo de 90 minutos, onde a mesma pode ser transformada em tristeza, frustração, raiva... e até no mais nefasto dos sentimentos humanos, o ódio. Em se tratando de Flamengo — símbolo maior do futebol nacional — o que de fato traduz a alegria é o arrebatamento de felicidade, é fogo que arde no coração e incendeia a alma. Una pasion que provoca arrepios e sentimentos múltiplos. Mais. Ser Mengo é viver uma alegria libertária, espontânea, impulsiva, incontrolável. Alegria que não aceita patrulhamento, dogmas, paradigmas, ignóbeis panfletagens, cooptações ou qualquer tipo de aliciamento negativista. Antes de qualquer coisa, é um estado de espírito que não se articula. Até por que a alegria articulada associa-se à inesperada dor. Por isso, defendo a minha alegria flamenga e livre — a qual vez ou outra também me permite ficar triste e chorar — da mesma forma como o poeta uruguaio Mário Benedetti defendeu a sua: “Defender la alegria como um destino. Defenderla del fuego y de los bomberos, de los suicidas y los homicidas (...)”. Defender a alegria rubro-negra como âncora possível, como prenúncio de otimismo no sorriso de cada um de nós, homens, mulheres e crianças, seres flamengos legitimamente felizes além de qualquer resultado de uma partida de futebol. E para quem ainda não entendeu o que é ser Flamengo, relembraremos as geniais e sensitivas palavras justamente de um nobre e imortal tricolor pó-de-arroz chamado Arthur da Távola: Ser Flamengo é morder com vigor o pão da melhor paixão; é respirar fundo e não temer; é ter coração em compasso de multidão (...) / Ser Flamengo é enganar o guarda, é roubar o beijo. É comungar a humildade com o rei interno de cada um. É crer, é ser, é vibrar. É vencer. É correr para; jamais correr de. É seiva, é salva; é vastidão. É frente, é franco, é forte, é furacão. É flor que quebra o muro, mão que faz o trabalho, povo que faz país”.

Ser Flamengo, afinal, é entender essa alegria como ato apolítico, atemporal e ainda como algo irrepreensível, incensurável, indestrutível. Sentir o que é ser Flamengo, simplesmente, como um ato de intenso prazer. Eterno.

“Doce ou atroz, manso ou feroz...”, eu um poeta flamenguista e nada mais. Ou muito mais...


Luiz Hélio é Flamengo,poeta e jornalista.
Presidente da Embaixada FLA-Juazeiro/BA

1 comentários:

. disse...

To gostando de ver vc postando :) voltando a ativa dessa vez em um site SEU

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